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Don’t Stop Me Now

A mulher tem conquistado cada vez mais o respeito num mundo até recentemente dominado por homens. O universo do motociclismo é talvez até mais machista que o do automobilismo, mas apesar de somente agora termos começado a assumir o guidão das nossas magrelas com mais entusiasmo, a própria história da motocicleta demonstra que nós fazemos parte desse cenário a mais tempo do que imaginamos.

Lembram que o motoclube mais antigo do mundo é feminino? (eita orgulho!!!) O Motor Maids M.C. fundado em 1940. Imagina o que significou essa façanha na década de 1940… não só um avanço mas uma quebra de paradigmas, iniciada por Dot Robinson.

Dot m_Dot-Robinson-Motormaids-M.C.Robinson nasceu em 22 de abril de 1912, na Austrália, Dot ganhou seu primeiro troféu em 1930 na corrida de Endurance Flint 100. Em 1939, Dot conheceu uma motociclista da Nova Inglaterra chamada Linda Dugeau e juntas decidiram fundar uma organização de mulheres motociclistas. Dentro de um ano, a Motor Maids foi estabelecida.

A organização foi fundamental para convencer muitas mulheres iniciarem no motociclismo por elas mesmas. Acompanhando a ideia de Linda Dugeau, Dot procurou em todo os Estados Unidos mulheres que possuíam e andavam em suas próprias motocicletas. Encontrando 51 senhoras fundou em 1940 o Motor Maids da América Inc. Dizia ela: você pode muito bem pilotar uma moto e ser uma dama! Dali em diante, a premissa básica do grupo composto só por mulheres é: pilotar suas próprias motos, sempre arrumadas e com classe, como senhoras de fino trato! O lema é a espinha dorsal da organização até hoje!! Atualmente o Motor Maids possui aproximadamente 1.200 integrantes em todo os Estados Unidos e Canadá. Dorothy Robinson é umas das poucas mulheres no Motorcycle Hall of Fame Museum.

Quer outro exemplo? A primeira pessoa a pilotar uma moto Honda no mundo era uma mulher! Isso mesmo. A pedido de Soichiro Honda (fundador da Honda Motor Company), sua esposa Sachi Honda, pilotou a primeira moto Honda do mundo, uma 50cc em 1946, no Japão. Ela usava seu melhor monpe (calças largas usadas por agricultores), que ficou todo coberto de óleo e graxa ao fim do “passeio”. Além de servir como uma bela jogada de marketing (imagine o impacto de uma mulher pilotando uma moto na década de 40), Sachi Honda contribuiu sendo um marco na história da marca e, porque não, do motociclismo feminino.

A busca feminina por um espaço dentro deste mundo tipicamente masculino levou mulheres a se tornarem marcos em diferentes épocas.

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Beryl Swain

Beryl Swain foi a primeira mulher a participar do evento oficial Tourist Trophy na lendária Ilha Man, entre a Irlanda e o Reino Unido. Em 1962 ela montou em sua Itom 50cc e enrentou a corrida em um percurso montanhoso. Tal desafio atraiu os olhares de todos os que acompanhavam sua empreitada. Mas o que parecia um futuro promissor, logo se transformou no fim da sua carreira, pois sentindo que o campeonato Tourist Trophy na Ilha Man era extremamente perigoso para mulheres, o órgão regulamentador do esporte agiu rapidamente e revogou sua licença para competir.

Já  Katja Poensgen iniciou sua carreira aos 17 anos, no campeonato ADAC Junior Cup em 1993 onde se tornou a primeira mulher a vencer o Junior Cup, Katja foi a motocicilista com carreira mais longa e invejável até o momento. Poensgen foi a única mulher a concorrer o Mundial de GPs em 2001 na categoria 250cc. Atualmente é comentarista e apresentadora.

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Katja Poensgen

Ana Carrasco

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Ana Carrasco

Nascida em Murcia na Espanha, Ana Carrasco fez sua estreia no mundial Team Calvo Moto3 ao lado de Maverick Vinales. Em 2001 conquistou o título de primeira mulher a marcar pontos no Campeonato Espanhol de Velocidade competindo na classe 125cc e repetiu o marco ao participar do Moto3.

 

Sabrina Paiuta

Sabrina começou a competir no motocross, aos 7 anos de idade por influência do pai, Eduardo Paiuta, treinador na categoria. Seu primeiro título veio em 2010: campeã paulista no Supermoto. Em 2012, estreou na motovelocidade. Objetivo? Chegar ao mundial e já está na categoria de 1000 cilindradas pela Superbike, não é demais?

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Sabrina Paiuta
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Sabrina Paiuta

 

 

 

 

 

 

 

O que revela essas super mulheres é que nada pode nos parar agora…

Seja na competição, seja nos grupos e clubes de motociclismo viemos para ficar. E em grande estilo.

São inspirações como esta que nos motivam ir além… e se elas conseguiram superar esses desafios, você vai ficar aí de fora deste mundo? Se arrisque, seja qual for a sua cilindrada.

 

Venha para o meu mundo!

Boas estradas!!!

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Rosely Sobral

Rosely Sobral (PR) - Loucamente apaixonada por motos e a favor da conquista do espírito livre a todos os amantes do motociclismo. Boas estradas, sempre!

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