Categoria para mulheres em competições de moto?
Mesmo tendo perdido parcialmente o sentido original de reivindicação e luta, tornando-se uma data comercial, o Dia Internacional da Mulher pode ser usado para comemorar as conquistas femininas ao longo dos anos, inclusive no mundo do motociclismo. Pensando nisso, fica a pergunta: Faz sentido ter uma categoria para mulheres em competições de moto?
Segundo pesquisas, as mulheres já representam 25{b9b214c2ee7e9493ee96aac1b989c7fe92e0eba182953eba05b4f8151999a857} dos motociclistas habilitados no país, e se levarmos em consideração o número de meninas que procuram o Mulheres de Moto pedindo dicas, pois pensam em adquirir uma motocicleta, esse número vai crescer em breve. Nem precisaríamos olhar as pesquisas, basta observar as ruas e até mesmo as redes sociais para constatar isso.
Aproveitamos para lembrar que muito já foi conquistado por inúmeras motociclistas, no Brasil e no mundo. Mas ainda existe muito preconceito e tabu para ser quebrado.
Afinal, pilotar não tem nada a ver com gênero e sim com habilidade, podendo-se esta ser aprimorada ou desenvolvida.
Sendo assim, aproveitamos o Dia Internacional da Mulher para levantar a polêmica: Em competições com motocicletas homens e mulheres devem competir separados?
Muitas mulheres defendem a criação de grids exclusivos de mulheres em competições com motocicletas. Inclusive já existem diversas categorias femininas, nas pistas de motovelocidade e no motocross, por todo o país.
Se partirmos do princípio que domar uma motocicleta não tem a ver com força e sim habilidade, não faz sentido separar homens e mulheres, seja nas pistas ou nas ruas. Isso até pode aumentar o preconceito, uma vez que existe a segregação.
Exemplo disso é a piloto Sabrina Paiuta. A linda e talentosa piloto compete de igual para igual com os meninos e faz bonito na pista. Dentre os inúmeros títulos conquistados, a bela foi campeã da Copa Ninja 2012 na categoria light (250cc).
Logo em sua estreia nas pistas, ela deixou todos os marmanjos para trás. Sim, ela foi a única mulher a competir nessa categoria.
Em 2013, a piloto também foi a única mulher a competir na categoria Ninja 300, fechando o campeonato entre os quatro melhores.
Em uma entrevista para o Mulheres de Moto, Sabrina Paiuta confessou o preconceito, sofrido desde o início da sua carreira, vem diminuindo a cada dia, mas que ainda existe.
A bela acredita que a criação de uma categoria feminina no campeonato mundial de motovelocidade não apenas seria uma quebra de tabu, como também incentivaria muitas mulheres a participar desse esporte que ainda é dominado pelos homens.
Porém, mesmo torcendo por um grid feminino no mundial, Sabrina não vê que o gênero faça diferença encima da moto: “Eu vejo como um esporte que é possível competir com os homens. O Motovelocidade é um esporte radical, que exige muita sensibilidade, técnica e habilidade, não apenas força física, mas um complemento de diversos fatores. Defendo a ideia de competir de igual pra igual, dentro da pista não sinto que sou diferente, sou igual a todos e com a mesma capacidade.”
Outras mulheres também vêm roubando a cena nos esportes que utilizam motocicleta, dentre elas: Erika Cunha, Babi Paz, Gabi Racing, Cris Noroski e as Penélopes Motocross.
Em destaque, a piloto espanhola Ana Carrasco O feito de Carrasco faz dela a primeira piloto a somar pontos no Campeonato do Mundo desde que a germânica Katja Poensgen foi 14ª no Grande Prémio de Itália de 250cc de 2001, em Mugello.
Ver as mulheres pilotando nas pistas ou nas ruas nos enche de orgulho. Em suma, com ou sem categoria exclusiva, YES WE CAN!
“Mas ainda existe muito preconceito e tabu para ser quebrado.”
Cite um.
Já ouvi mais de uma vez que meu lugar não era em cima de uma motocicleta. Inclusive tem até comentários desse tipo no canal. Eu não ligo, mas não tenho como negar.