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Piloto Márcia Reis derruba Linda Raad na largada da 5ª etapa do SuperBike Brasil

 

Semana passada foi bastante tumultuada, muita gente falando e poucos tentando entender que quando entramos na pista estamos sujeitos a acidentes e até a morte em apenas alguns segundos… Então vamos lá… Em momento algum tive a intenção de prejudicar a piloto em questão e algumas considerações devem ser levadas em conta. Primeiramente o povo facebookiano adora uma desgraça! Vejo pouca gente utilizando com o objetivo de promover algo bom e para o bem, ao passo que desgraça o povo compartilha aos montes, mas enfim, vamos ao que interessa… As pessoas “acham” muito e analisam pouco, portanto vou apenas citar algumas coisinhas para não cansar os leitores:

Primeiro: Em momento algum me eximi do erro e da culpa de ter feito uma péssima largada sob as condições climáticas que se apresentavam. Fiz o que não aconselho ninguém a fazer: peguei equipamento emprestado. Como meu capacete tem viseira escura, peguei um capacete que ficou largo na minha cabeça e por causa da respiração ofegante da tensão na hora da largada embaçou a viseira, o que me fez sair da trajetória, invadindo o espaço da outra piloto e tocando na moto dela.

Segundo: A largada é um momento em que todos os holofotes estão direcionados para as motos e os pilotos, portando, não faz o menor sentido “jogar” a moto em cima da piloto para derrubá-la. Se eu estivesse mal intencionada, aquele não seria o momento, pois tinham várias “testemunhas” (apoiadores, patrocinadores, expectadores, fotógrafos). E mais, não competimos na mesma categoria, então eu não teria motivos para querer prejudicá-la.

Terceiro: Fiz da motovelocidade minha profissão, hoje sou uma das maiores incentivadoras das mulheres no sentido de participar de campeonatos, fazer track days e qualquer coisa relacionada a moto. Hoje com as sementes que plantei, sou palestrante e instrutora, me orgulho de ter sido personagem em programas da rede Globo pela minha determinação e coragem de abandonar minha carreira de gerente comercial para viver do esporte, portanto não jogaria tudo isso no lixo.

Grid Feminino SuperBike - Londrina
Grid Feminino SuperBike – Londrina 2015 #vemprapistamulherada

Esperei “baixar a poeira” e deixei um pedido de desculpas inbox no Facebook e no WhatsApp da piloto e não obtive resposta. Sou humilde em reconhecer meu erro, e faria com ela o que fiz com outra piloto que aconteceu algo semelhante quando caímos e não consegui retornar para a prova. Pediria desculpas, mas não deu tempo e fui agredida a capacetadas pelas costas ao final da prova quando estava no parque fechado deixando a moto para ser vistoriada.

RUMORES:
Há rumores de que chutei a piloto, dei “ombrada”, que tenho inveja, etc, etc… Tanta coisa sem sentido… Hoje estou em uma equipe de renome, tenho muito respeito com meus patrocinadores, apoiadores e um público que me acompanha… Então jamais faria uma coisa dessas.

REALIDADE:
Errei a largada e fui agredida, esse é o fato. Pessoas que avaliaram imparcialmente, disseram que é uma situação normal de corrida, e o toque de uma moto na outra não dá a ela o direito de agressão, pois abrirá precedentes para que outros façam a mesma coisa e daqui a pouco isso vira um MMA.

FATO:
Larguei mal, porém em maior velocidade e sai para a esquerda, ela mais lenta destracionou e saiu levemente para a direita, houve um toque entre as motos e ela não conseguiu segurar a dela. Segundo informações após ultrapassar a linha de largada cada um adota melhor posicionamento para buscar posição. Meu pé escorregou da pedaleira e quase cai também, e isso não tem nada a ver com “chutar” a piloto. Acreditem ou não, foi uma fatalidade e não foi proposital. Na largada da Copa Ninja 300 acontece a mesma coisa com o piloto que estava na mesma posição que eu (observem o vídeo no final do grid. Acesse o site: www.superbike.com.br). O piloto fez a largada e tomou a esquerda, mas felizmente ele não bateu em ninguém. Não tive a mesma sorte, acabei tocando na moto da piloto da minha ex-equipe e do meu ex-patrocinador. Podem ter certeza de que se tivesse sido em qualquer outra moto não daria esse bafafá todo.

PUNIÇÃO:
Fui penalizada com a desclassificação da etapa. Fiz uma reclamação por escrito e protocolei junto a secretaria do evento pela agressão, vamos ver qual será a penalização dela, pois erro na largada é previsível em corrida, agressão é prática antidesportiva, ouvi dizer que perderá algumas posições no grid, só tem 2 atrás dela, será que vai largar atrás do Fit? Bom… Brincadeiras a parte, deixo aqui minhas sinceras desculpas à piloto, organização, apoiadores, patrocinadores e a todos que acompanham a minha carreia de piloto desde 2014.

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Márcia Reis

Márcia Reis (RS) – Piloto de Motovelocidade e Supermoto. A loira motociclista defende que as pessoas venham acelerar com segurança nos autódromos, principalmente as mulheres. #VEMPRAPISTAMULHERADA

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Um Comentário

  1. É uma pena existirem “atletas” deste baixo nível em nossas competições. Fique em paz Márcia, as pessoas de bem sabem o quanto você faz pelo esporte.
    Vc é superior a isso!!!

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